domingo, 21 de agosto de 2011

medo

É tão complicado que as vezes eu prefiro ficar em silêncio. Parece tão fácil viver do jeito que eu estou vivendo, fugindo de tudo que possa me abalar.
Ai eu me deparo com você, uma pessoa tão legal, tão interessante, tão tudo-que-eu-gosto, que me faz rir absurdamente pelo fato de sermos tão bobos, me deixa louca com o fato de não conseguirmos aguentar e me deixa tão chateada pelo fato maior, você ter uma pessoa tão legal e tão interessante quanto você. E eu mais uma vez estar servindo na vida de alguém pra tapar buracos.
E mais uma vez eu fico tão confusa pensando em como consigo só encontrar pessoas assim na minha vida, tão incriveis e tão distantes do que eu realmente gostaria que fosse.
Então eu procuro novamente o refugio nas coisas fúteis, refugio no trabalho, fico louca pensando na mesma oração "isso não pode acontecer de novo".
Mas eu quero que aconteça de novo para que eu possa mudar o final, mas eu também não quero arriscar e perder tudo que eu nunca tive mais uma vez.
Toda essa minha grosseria, toda essa minha casca, é feita de um único material e o nome dele é MEDO.
Estou com medo, estou com muito medo. Por que é tão difícil pra mim, por quê eu sempre me deparo em circulos na mesma situação?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Nós talvez entenderiamos

Seria um pouco mais simples se não estivessemos falando de mim e você.
Ainda consigo ouvir, o barulho ensurdecedor que o nosso silêncio faz. Consigo enxergar o incendio tão forte que as nossas faíscas podem provocar.
Podem provocar, mas não provocam. Entre nós, existe um abismo, um quase, existe sempre uma reticência.
E quando nos esquecemos disso e deixamos nossas almas se tocarem, é como se não existisse mais nada.
Mas nunca somos suficientes, nunca queremos ser suficientes. Sempre vamos embora com um sorriso de "te-ligo-quando-chegar-em-casa" mesmo sabendo que ninguém vai ligar.
E por menos que seja; é incontrolável. E por mais carnal que pareça; é tão puro. E por mais especial que pareça; não deixamos levar.
E talvez dê tão certo, por ser tão incerto. E se fosse meu, eu ia querer ter o controle; eu não tenho o controle.
Então mais uma vez, te dou um beijo com aquele sorriso de "nos-falamos-quando-estivermos-em-casa", saio do seu carro, olho para tras e vou embora, deixando a nossa reticência no ar.
Que seja assim, por tanto que continue sendo não-meu.

domingo, 17 de julho de 2011

não

Não sei se estou certa, talvez essa esteja sendo a maior burrada que eu estou comentendo, ou o que me salvara de comete-la.
E de tanto me frustras, de tanto querer, de tanto esperar, de tando soco em ponta de faca, eu desisti.
Desisti de sentir, desisti de tentar, soquei tudo que existia de esperança numa caixinha bem escura e apertada, matei cada sentimento, corri de afetos, fugi de pessoas.
E ninguém entende ao certo, porque logo eu, fui fazer isso. A menina de coração grande, sorriso certo, a pessoa com uma incansável esperança.
Mas eu explico pra vocês, foi por ser tão aberta a tudo, que me machuquei, pisaram tanto em mim, arrancaram tudo que eu mais amava, por simples capricho, ou porque as pessoas pensam primeiro na sua própria felicidade, sem se importarem se isso machuca ou não alguém. E machuca.
E depois de tanto ressentimento disfarçado de carinho e amizade em um ano difícil, criei uma casca, um muro, uma proteção.
Ninguém mais pisa, ninguém mais me faz de boba, ninguém mais me machuca, porque é impossível fazerem isso, se eu não deixar entrar.
Transformar ressentimentos em algo que realmente me sirva de algo, foi o que me deu forças pra realmente sair de uma história, que eu considero meu fantasminha particular.
Dizem que no vidro temperado, existe um ponto, que se você pressionar um pouquinho ele se parte inteiro. Não deixarei ninguém chegar perto do meu, acabou.
E eu nem sei ao certo porquê estou escrevendo isso, ou na verdade eu saiba muito bem. São palavras engasgadas e sem sentido, mas gosto de te-las registradas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Aquele

- Estou com frio, vamos entrar?
- Eu ainda não terminei meu cigarro.
- Mas eu quero entrar, não gosto desse tempo gelado.
- Sempre reclamando, acho que tu num vai mudar nunca.
Abaixei a cabeça, não queria mais estar lá, não tinha mais nada para ser dito, então fiquei calada.
Mas ele continuou insistindo na conversa:
- Por que você é assim, em? Por que somos sempre quase?
Dei um suspiro, as palavras quase sairam, mas eu percebi que não tinha como responder aquela pergunta, permaneci em silêncio.
Ele acendeu mais um cigarro, me puxou contra seu peito, continuei de cabeça baixa (não suportava olhar seus olhos tão quentes e profundos) em silêncio tivemos nossa conversa mais longa.
Suspirei mais uma vez e continuando de cabeça baixa eu disse:
- Vamos entrar agora? soltando-me de seu peito, fui indo em direção a porta.
Ele segurou minha mão, me puxou de novo, segurou meu rosto e num golpe rápido me roubou um beijo.
Fiquei sem reação, só queria entrar. Me segurando pelos dedos, ele olhou fundo nos meus olho e disse:
- Esse frio que tu senstes vem ai de dentro, Guria.
Então eu tremi.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Luz

Tudo era branco e preto, as pessoas passavam assim por mim como se as cores não existissem. E isso era indiferente, não doia e nem agradava, era simplismente normal.
Mas um dia, algo novo estava lá, bem de longe eu avistava um pontinho no céu, um brilho, algo que prendia minha atenção, um brilho.
Voltei lá durante todos os dias, eu gostava do brilho, ele foi se aproximando e se tornando luz, iluminando e colorindo tudo que existia em volta, essa luz me envolvia e me fazia querer cada vez mais.
E quanto mais eu queria que aquela luz brilhasse, mais ela se aproximava e mais eu me entregava.
Aquela luz me cegara por completo, me aquecia e me fazia sentir uma necessidade fora do comum.
Ela se aproximava, e o que antes aquecia, agora queimava, doia muito porém não queria que ela parasse de brilhar.
Entao um certo dia a luz se apagou, ainda ardia muito e meus olhos ainda não enchergavam, mas o que mais machucava era a falta daquela luz.
Era insuportável ver tudo branco e preto de novo, parecia que simplismente viver doia, cada vez que o ar invaida meu pulmão rasgava meu peito como se mil laminas afiadas entrassem sem dó.
Depois que a dor da falta da luz diminuiu, outras luzes apareceram, porém umas não brilhavam tanto, outras foram embora mesmo antes que sentisse o calor, algumas pareciam ser perfeitas mas logo se apagavam.
E algo que antes era tão comum hoje me parece vazio frio e escuro.
Por pior que fosse a dor da luz, viver no branco e preto se tornou insuportável.

(07/06/2009)

quinta-feira, 2 de junho de 2011

frio

Não que eu goste do que eu me tornei, ser fria não é uma opção minha.
Mas acho que buscar afetos onde eu só encontrei um enorme desprezo, uma enorme falta de consideração, onde as pessoas foram me substituindo aos poucos sem nem me dar a chance de tentar mostrar o que eu tenho de melhor, não me faria mais tão bem.
Só que eu sinto falta, sinto falta de ter uma melhor amiga que realmente se preocupa comigo e me conforta fazendo com que tudo fique bem, sinto falta de um amor que faça eu me sentir a pessoa mais feliz do mundo, pelo simples fato de faze-lo feliz.
Mas talvez isso não seja para mim, talvez eu tenha nascido para ser substituido, a pessoa que vive capitulos e não uma história.
De que vale o afeto então?
Eu só precisava de um motivo pra quebrar o gelo do meu coração, só não aguentaria que mais uma vez esse motivo fosse embora.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Olhar sempre para tras na esperança de cruzar com seu olhar, assim meio sem querer querendo, só pra ter certeza absoluta de que não resta nenhuma pontinha de saudades.
Não resta.
E eu acho que agora eu cansei de procurar saudades num passado, de ficar presa a uma história, enquanto tudo que eu posso viver pode ser realmente vivo.
Então escolhi olhar para frente, dessa vez sem hesitar, sem pensar que se eu olhas só mais uma vezinha o seus olhos arrependidos me pedirão para voltar.
Acabou, eu não sou, não fui, não vou ser a sua cantora.
E nesse caminho que começo a traçar, assim, incerto, novo, estranho, me convida para conhecer o que há de mais maravilhoso no agora.
E eu agarro essas possibilidades de me encontrar, de construir, de criar, de ser dona da minha própria história.
Nos somos como livros, mudamos de capítulos frequentemente, acabei de fechar um, e agora pode existir novos amores, novas alegrias, novos amigos, novas dores.
Então lá vou eu, sem medo, sem máscaras. Afinal a vida é isso, não é?
Agora eu vou para lá, pois não quero mais perder a oportunidade de tudo estar lá e eu aqui!



Lá pode ter um novo amor pra eu viver
Quem sabe uma nova dor pra eu sentir
A droga certa pra fazer te esquecer
E apagar a tua marca de mim

Tudo pode estar lá,
E eu aqui.

Lucas silveira.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Por aí

Ai Guri, não me olhe com essa cara, essa cara como se eu fosse a pior pessoa do mundo por ter te largado. Não, tu não foi a única vítima dessa história não, tu tava indeciso, tu não me assumia, e eu estava te amando, acredita? Mas então resolvi depositar todo esse meu amor em outro, e esse meu amor se extendeu, virou expectativas, ja tinha toda aquela vida planejada. E num é que ele me trocou, tu acredita Guri?
Bah, num venha com essa história de que ele num prestava, num era pra ser ele poxa. Se eu não vou atras dos meus sonhos? Lógico que vou, vou mais do que as pessoas imaginam. Então tu quer saber porque eu deixei aquele piá escapar? Simples, ele não era meu sonho. Tenho expectativas Guri, realizações pessoais, quero correr esse mundo antes que um homem seja meu sonho.
Medo de me apaixonar? Não me faça rir assim, num é medo, é bloqueio, olha pra mim agora, onde caberia tempo pra um amor na minha vida?
Tu está rindo né? Não ria, essa vida é muito curta Guri, se eu não correr por mim, quem corre?
E tu, que tu tem feito? Ah, tu viajou pra conhecer a sua paixão! Te admiro Guri, tu tem garra, vai conseguir tudo que quiser na tua vida.
Me passa um cigarro. Se eu estou fumando? É realmente tu não conhece algumas manias que adquiri com o tempo, mas não, não estou fumando, quero ter algo na boca agora.
Estou atrasada Guri, a vida me chama. Se vou te ver de novo? Quem sabe nossas vidas não se encontram por ai, entre um acerto e um erro, nada nos impede de tomarmos uma cerveja juntos.
Também vou sentir saudades, boa sorte em tuas escolha, Guri.
Pra onde eu vou agora? Bah, vou terminar de realizar meus sonhos.

sábado, 29 de janeiro de 2011

amor nunca foi um verbo.

Uma parte de mim precisa ir embora, eu sei, ja não me pertence. Mas quando não resta mais nem um fio de esperança eu me agarro em um futuro do pretérito, onde viveriamos felizes para sempre, e sonhariamos com nossos filhos, cachorros, casa na praia com cerquinha branca, nas tantas vezes que esperariamos o sol nascer, e o quanto poderiamos nos dar bem.
Nada disso aconteceu, nada disso vai acontecer.
Você precisa ir embora, ja não pode mais ser uma parte de mim, existe um mundo, cheio de presentes e futuros, viver no futuro do pretérito, lembrando o que não voltara e o que nunca aconteceu só traz mágoas, só me prende num mundinho todo construído pra você, sem pontos finais, sem virgulas e eu fico la, perdida, pois no seu mundinho fui apenas algo entre parenteses, nada além de um preterito perfeito.
Mas amor não é tão simples, é preciso ser sempre conjugado na primeira pessoa do plural, nunca sozinho, nunca um amor pode ser completo só de "eu" ou de "tu".
Então agora eu deixo tu ides embora, e vou conjugar verbos como sonhar, sorrir, viver.
Afinal de contas, amor nunca foi um verbo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

uma parte de mim

Uma parte de mim gira em torno de ti.
Eu cansei de procurar uma saída, ou então cansei de mentir pra mim.
Não, eu não quero você pra mim, eu quero parar de querer tentar provar pra você o quão melhor eu sou, o quão independente, o quão feliz, e acho que tem dado certo, porque você tem acreditado em tudo isso.

Uma parte de mim te odeia.
E eu xingo, grito, perco ar falando o quão inconsequente, você foi comigo, repito e repito todos os erros cometidos, falo das coisas que poderiam ter acontecido, sinto uma raiva imensa de você, uma raiva imensa de uma parte de mim que é você, sinto como se você fosse a pior pessoa do mundo e tivesse escolhido a mim para mostrar isso.

Uma parte de mim te ama, mas essa parte vive calada.
E mesmo conhecendo todos seus defeitos, e mesmo sempre negando, sempre abaixando a cabeça, sempre aceitando os quases que vieram depois do seu grande quase que causou um estrago em mim, uma parte de mim só estava esperando o momento que você viesse, assim, pronto para eu poder perdoa-lo, pronto pra voltar pra mim, como numa insessante busca de você cair na real, mas na verdade quem sempre precisou cair na real foi essa parte. Mas ela sempre se calou e amou em silêncio seus mil defeitos e mil e uma qualidades.

Uma parte de mim precisa ir embora.
Em meio a tantos sentimentos presos, enrolados, cheios de nós. Nós dois, nós cegos, eu vivo prisioneira, vivendo em torno de uma dor, de um passado. Buscando alguém tão bom quanto você, que me faça tão feliz quanto você é com a sua namorada, que tenha um sorriso tão timido e torto quanto o teu. Busco alguém que seja tão melhor para que eu não precisa mais lembrar de você, e não me dou conta de que assim estou lembrando. Lembro tanto, busco tanto, fico tão presa em nós, em nós dois, em nós cegos que em mim restão apenas mais um nós, que são os nós da garganta.