terça-feira, 11 de março de 2014

O jogo

 Eu não sei exatamente em qual fase da minha vida comecei a acreditar que as coisas um dia fluiriam, a culpa deve ser dos filmes da Disney, ou das comédias românticas que assistimos durante a TPM acompanhadas por uma panela de brigadeiro, um quarto escuro e um pijama velho. 
 Nesses filmes, vemos diversas histórias dando certo, sem razão nenhuma, o enredo do filme faz parecer que é claro que tudo na vida é assim, chega uma hora que qualquer situação se ajeita, o mocinho vem atrás de você no final, com flores em uma estação de trem te implorando pra ficar. 

 Não vem...

 As cenas se gravam no coração e se tornam uma espécie de sentimento comum, e é nessa hora que os tempos se confundem e eu não sei explicar desde quando eu acredito(ava).
Então, nos permitimos.
 Aparece alguém, a gente dá abertura, no início tudo não passa de um "passatempo", de um jogo (jogo mais perigoso que já joguei até hoje). O tempo vai passando e aos poucos vamos descobrindo que existe mais coisas. Começamos a conhecer os sorrisos, os olhares, decoramos cada comportamento em cada situação (e isso é reciproco).
 Surge a intimidade e com ela as brigas, surgem as inseguranças e logo depois o conforto. O sorriso, o gosto pela companhia.
 É tudo tão gostoso que a gente quase se esquece que não passa de um jogo. E numa jogada mal feita a gente perde a paciência. Quem está realmente envolvido nesse jogo nem percebe que tem uma nova peça, só esperando pra entrar.
 Depois de tanto tempo, jogando, esperando, quase ganhando... a gente perde pra alguém que veio de fora.
 E ai as coisas ficam bem claras, os sentimentos do começo desse texto (aquele que vemos nos filmes de comedia romântica durante a TPM) não existem.
 Ninguém ganha esse jogo, porque com amor não se joga.