quinta-feira, 22 de maio de 2014

Turbulência

Há um tempo eu tenho me esforçado para esbanjar serenidade. Controlo furacões e tempestades que se criam dentro de mim, transformo todo tipo de turbulência em calma. Resta só a brisa, a marola e a apatia.
Percebo que tenho me tornado algo que não sou, apenas pelo fato de grandes efusões repelirem as pessoas.
Não é da minha essência passar de raspão, observar de longe, viver pela metade.
Gosto do que marca, do que tira o fôlego, do que faz voar.
Gosto da bebida que queima, do cigarro que pega na garganta, do café forte. Gosto do abraço que sufoca, do beijo que incendeia, do amor que dói o peito, do prazer que arrepia o corpo inteiro.
Não quero mais ter que controlar os meus instintos para não causar grandes impactos em pessoas superficiais.
Eu quero tudo que  pode ser oferecido de mais intenso.
Quero sentir o corpo chegar ao extremo e ver a vida transbordar.

terça-feira, 11 de março de 2014

O jogo

 Eu não sei exatamente em qual fase da minha vida comecei a acreditar que as coisas um dia fluiriam, a culpa deve ser dos filmes da Disney, ou das comédias românticas que assistimos durante a TPM acompanhadas por uma panela de brigadeiro, um quarto escuro e um pijama velho. 
 Nesses filmes, vemos diversas histórias dando certo, sem razão nenhuma, o enredo do filme faz parecer que é claro que tudo na vida é assim, chega uma hora que qualquer situação se ajeita, o mocinho vem atrás de você no final, com flores em uma estação de trem te implorando pra ficar. 

 Não vem...

 As cenas se gravam no coração e se tornam uma espécie de sentimento comum, e é nessa hora que os tempos se confundem e eu não sei explicar desde quando eu acredito(ava).
Então, nos permitimos.
 Aparece alguém, a gente dá abertura, no início tudo não passa de um "passatempo", de um jogo (jogo mais perigoso que já joguei até hoje). O tempo vai passando e aos poucos vamos descobrindo que existe mais coisas. Começamos a conhecer os sorrisos, os olhares, decoramos cada comportamento em cada situação (e isso é reciproco).
 Surge a intimidade e com ela as brigas, surgem as inseguranças e logo depois o conforto. O sorriso, o gosto pela companhia.
 É tudo tão gostoso que a gente quase se esquece que não passa de um jogo. E numa jogada mal feita a gente perde a paciência. Quem está realmente envolvido nesse jogo nem percebe que tem uma nova peça, só esperando pra entrar.
 Depois de tanto tempo, jogando, esperando, quase ganhando... a gente perde pra alguém que veio de fora.
 E ai as coisas ficam bem claras, os sentimentos do começo desse texto (aquele que vemos nos filmes de comedia romântica durante a TPM) não existem.
 Ninguém ganha esse jogo, porque com amor não se joga.