terça-feira, 14 de junho de 2011

Aquele

- Estou com frio, vamos entrar?
- Eu ainda não terminei meu cigarro.
- Mas eu quero entrar, não gosto desse tempo gelado.
- Sempre reclamando, acho que tu num vai mudar nunca.
Abaixei a cabeça, não queria mais estar lá, não tinha mais nada para ser dito, então fiquei calada.
Mas ele continuou insistindo na conversa:
- Por que você é assim, em? Por que somos sempre quase?
Dei um suspiro, as palavras quase sairam, mas eu percebi que não tinha como responder aquela pergunta, permaneci em silêncio.
Ele acendeu mais um cigarro, me puxou contra seu peito, continuei de cabeça baixa (não suportava olhar seus olhos tão quentes e profundos) em silêncio tivemos nossa conversa mais longa.
Suspirei mais uma vez e continuando de cabeça baixa eu disse:
- Vamos entrar agora? soltando-me de seu peito, fui indo em direção a porta.
Ele segurou minha mão, me puxou de novo, segurou meu rosto e num golpe rápido me roubou um beijo.
Fiquei sem reação, só queria entrar. Me segurando pelos dedos, ele olhou fundo nos meus olho e disse:
- Esse frio que tu senstes vem ai de dentro, Guria.
Então eu tremi.

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